terça-feira, 20 de novembro de 2012

A Colônia dos Mortos


Algo deu muito errado em Caxias do Sul, Rio Grande do Sul.
Ninguém estava preparado para aquilo..apenas aconteceu...
Saídos diretamente da Ficção, os Zumbis invadiram nossa cidade..
Começa aqui a fuga de nosso herói, tentando sobreviver ao apocalipse...
Tentando sobreviver à Colonia dos Mortos...

A colonia dos Mortos estréia.


segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Registros....

Estes são trechos, de algum tipo de registro, diário ou qualquer outro meio que essa pessoa ainda não identificada, deixou para as gerações posteriores...no caso nós.


Outubro de 2016, 4 anos depois do Apocalipse.

O Inicio do fim...


25º dia.
Um tremor percorre minha espinha rápida e intensamente. Nesse instante percebo que já é de manhã e estava tendo um pesadelo... ou não!
Resolvi criar este diário para deixar registrado o impensável. Quando é que podíamos crer no fim do mundo?! Pois ele existe e está acontecendo neste exato momento.
A nossa vida era tão tranquila antes, tínhamos uma rotina intensa, trabalhávamos, namorávamos, curtíamos a vida de forma às vezes impensada e agora tudo isso se foi e é aí, neste momento de tristeza e desespero, que percebemos o quão simples pode ser nossa vida.
Diante das atuais circunstancias que me encontro, isolado e sendo caçado, já não sei mais o que fazer.
Eu jurava ser impossível tal coisa acontecer, era apenas ficção diziam os mais céticos, até o horror chegar até nós e vermos que tudo aquilo que conhecíamos pessoas, as quais tinham intimidade ou não, sendo transformadas, não sei ao certo descrever, a ficção tem um nome para isso, mas vivemos na realidade então, sendo cético, seria loucura descrever tal acontecimento dessa forma.
Mas depois de ver todo o horror, destruição e mal ocasionado vejo que por mais “inocente” que possa ser tal descrição, no momento, é a mais adequada.
É engraçado pensar que todos acharam apenas ser um ato midiático, tentando promover algo ou alguém de forma inovadora.
Mas quando as noticias começaram a chegar, as imagens rebuscadas, os gritos percorriam as ruas de nossa cidade e talvez de todas as cidades do mundo. Digo isso pelo fato de não encontrar ou ter contato com um ser humano já há seis meses.
Serei eu o ultimo ser vivo em nosso planeta?!
Recuso-me a pensar de maneira tão clichê. Não é possível que todos tenham virado criaturas horrendas, brutais e sem sentimento, às quais nenhuma descrição encontrada hoje em dia serve para encaixa-las em nosso mundo. E aqui está meu erro... Elas não são desse mundo, já foram. Mas agora se encontram entre aqui e algum outro lugar, o qual não sei e tenho medo de saber, que talvez seja habitado por criaturas mais horrendas. Acabo de ouvir um barulho estranho. Caso esse seja o fim de meus registros, aqui e agora, peço perdão por tudo que fiz. E espero que esses registros sejam encontrados algum dia e que de alguma forma sirvam para entender o ocorrido.
Terça-feira, 5 de novembro de 2012.




67º DIA.
Já faz quase dois meses. Não tenho muitas informações a respeito ainda.
Pelo que observei e recolhi essas criaturas alimentam-se de nós.
Restos estão pelo chão.
Alguns estão vivos, de alguma forma que não sei.
Ontem fui atacado, de forma violenta e rápida. Por sorte percebi a tempo a chegada das criaturas, pois nesse tempo vivendo nesse mundo sem Sol já me acostumei a esconder-me e andar pelas sombras sem ser percebido.
Mas nesse caso, devido ao horror de ver tantos juntos ou ao fato de perceber mesmo que posso ser o ultimo ser humano no planeta, fiquei horrorizado, ainda mais ao ver que certas criaturas mudaram de forma. Tornaram-se mais horrendas, maiores, com dentes salientes, podres, e cada vez mais assustadoras.
Eu nunca fui crente em Deus ou qualquer entidade religiosa. E agora, mais ainda, duvido de sua existência, pois tais criaturas, mesmo horrendas, aparentemente sofrem de quase os mesmos males que nossa raça sofria. Padrões de física e química ainda parecem atuar sobre os mesmos. E do lado Biológico, aparentam, ser uma transformação de nossa espécie. Apesar de eu não fazer ideia do que os deixou de tal forma.
Distante de todos esses pensamentos em minha fuga corri o máximo que pude, entre as casas. Mas podia ouvir os gritos, não, os urros, misturados entre prazer e sinalização, demonstrando uma capacidade de comunicação primitiva entre as criaturas, bem como sentimentos.
Por sorte, neste momento, eu estava procurando por comida em um hipermercado local, na Rua Marquês do Herval, sendo que, devido à proximidade, era minha única esperança de sair vivo da situação.
Consegui adentrar ao local, o qual estava inabitado inicialmente, dirigindo-me rapidamente até o depósito e me enfiando entre caixas e produtos e tentando fazer o maior silêncio possível. Até o momento tem dado certo, mas, não sai ainda. Ouço-os não muito distante de onde estou.
Seus urros soam da mesma comunicação primitiva que mencionei antes. Como se estivessem procurando por mim. Ao menos por agora salvo estou. Mas por quanto tempo?!
15 de dezembro de 2012.


115º DIA
Meu Deus! Eu não sei mais o que fazer.
Já fui perseguido tantas vezes e em tantos lugares diferentes que tenho medo de achar que estou seguro, nem que seja por um período de tempo.
Neste momento estou próximo ao antigo Bairro Nª Sr.ª da Saúde, na zona norte de Caxias do Sul, e já faz pelo menos uma semana que não vejo uma criatura.
Em todo esse tempo, estudando, observando ou mesmo fugindo delas acabei percebendo certos hábitos, digamos, corriqueiros.
Essas criaturas não dormem, alimentam-se de seres vivos, em sentido literal e aparentam ser imunes a doenças e qualquer outra coisa fisiológica que os apeteça, mas, não contra armas de fogo ou arma branca que possa ferir o que considero ser seu ponto fraco, a cabeça.
...
...
Meu deus, eles estão aqui!



300º DIA.
Faz muito tempo que não converso com ninguém a não ser comigo mesmo ou com meu livro de registros. E até mesmo nesse ultimo fazia um bom tempo que não registrava nada.
No atual momento dirijo-me a Porto Alegre, sendo que avistei inúmeras criaturas durante o caminho.
Mas, aparentemente, elas não estão migrando, o que me fez deduzir que a mesma não tem os sentidos de direção e locomoção da raça humana, apenas a minha passagem afeta o ambiente.
Consegui um carro e me abasteci de gasolina e suprimentos o suficiente para o trajeto e mais algum tempo. Resolvi me arriscar, pois já estava a ponto de enlouquecer. Suicídio passou pela minha mente, mas eu sei que não posso morrer sem ao menos tentar descobrir o que nos aconteceu e o que vai acontecer.
Quando passo pela estrada as mesmas me seguem, mas devido ao estado de seus corpos putrefatos não tem condição de me acompanhar. E agradeço por isso, pois, penso que sobrevivi até agora e se existe alguma merda de explicação lógica, teológica ou qualquer porra que sirva ao menos para nos dar uma compreensão melhor sou merecedor dela.
No momento que escrevo isso, estou parado para passar a noite, pois não acreditei ser uma boa ideia uma viagem noturna.
Ouço criaturas pelas redondezas. Algumas já transmutadas em coisas maiores, horrendas e aparentando ser uma fusão entre os menores ou uma evolução, se é que podemos chamar de tal maneira.
Entre meu medo e minha vontade de viver, acabo tirando forças de algum lugar em minha mente, desconhecido anteriormente, mas que agora é o que move minhas ações.
Acho que posso dormir um pouco.
Pois apesar de ouvi-las, as mesmas aparentam estar longe e não saber de minha localização, envolto entre galhos de arvore e todo tipo de vegetação rasteira que pude carregar esta o carro.
E me preparo para dormir. E junto com o sono vem às lembranças de todo o horror que passei que vi outras pessoas passarem. E pior, o horror que ainda esta aí fora. Espreitando. Esperando o momento de atacar novamente.
Embora seja difícil, vou tentar descansar, embora saiba que nunca mais terei uma noite de sono tranquila...